Portugal pretende criar pelo menos “mil novos e melhores empregos, particularmente associados à observação da Terra” até 2030, aumentando 10 vezes a economia do espaço.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior assumiu esta terça-feira como objetivo aumentar 10 vezes a economia do espaço, criando também mil empregos, até 2030, num investimento global de 2.500 milhões de euros.
Em declarações à Agência Lusa, à margem da 12.ª Conferência Europeia do Espaço, em Bruxelas, Manuel Heitor explicou que:
“o investimento público direto é de um quinto (500 milhões de euros) — 250 milhões através do investimento público na Agência Espacial Europeia (ESA) e 250 milhões através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)” –, cabendo o restante aos fundos europeus e ao setor privado.
O responsável governamental destacou o combate às alterações climáticas, a agricultura, as pescas, o cadastro e a mobilidade urbanos ou das florestas e do território em geral como setores onde deve ser reforçada a utilização das tecnologias espaciais, designadamente através das imagens por satélite e dos sistemas avançados de informação para “sofisticar a cadeia de valor das empresas e da economia”.
O ministro da Ciência declarou que “a ideia é multiplicar por cinco estes 500 milhões de euros, articulando com fundos europeus de gestão centralizada e descentralizada e com investimento privado”.
“Estamos aqui ativamente para atrair mais investimento europeu e mostrar um país aberto e também articular a educação com a investigação orientada para a criação de emprego”, continuou.
Manuel Heitor vai intervir no painel “Rumo a uma Parceira Espacial entre Europa e África” durante esta 12.ª Conferência Europeia do Espaço, no Palácio Egmont, em Bruxelas, sob o lema: “Nova Década, Ambições Globais: Crescimento, Clima, Segurança e Defesa”.
A presidente da Agência Espacial Portuguesa, Chiara Manfletti, também está presente e vai intervir na sessão intitulada “Espaço ao Serviço do Pacto Ecológico Europeu: um Olhar sobre o Futuro”.
A conferência é um encontro de alto nível entre membros de instituições europeias, representantes da indústria, de pequenas e médias empresas e da comunidade académica e científica, num contexto em que se discute o novo quadro financeiro para a União Europeia nos próximos sete anos, a partir de 2021, prevendo um novo Programa Espacial Europeu.
Entretanto, a Comissão Europeia anunciou uma parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI) para investir 200 milhões de euros no setor espacial e apoiar assim a inovação na indústria. O BEI e o Grupo Ariane vão também assinar um acordo para um empréstimo de 100 milhões de euros para o novo programa do lançador [de satélites] Ariane 6.
Fonte: Observador